terça-feira, 25 de outubro de 2011

Paralisação pela saúde pública

No O globo, de hoje, presidente do CREMERJ, diz " Decidimos que não haveria paralisação no Rio, por conta das dificuldades que os hospitais do SUS tem quando o assunto é recursos humanos. Parar criaria mais dificuldades a população."


Art. 14° - O médico deve empenhar-se para melhorar as condições de saúde e os padrões dos serviço
médicos e assumir sua parcela de responsabilidade em relação à saúde pública, à educação sanitária e à legislação referente à saúde.
Art. 15° - Deve o médico ser solidário com os movimentos de defesa da dignidade profissional, seja por remuneração condigna, seja por condições de trabalho compatíveis com o exercício ético-profissional da Medicina e seu aprimoramento técnico

Dificuldades existem em todos os Estados, vale ressaltar que uma das principais revindicações desta paralisação é falta de recursos humanos, portanto sugerimos um exame de consciência a todos os médicos do Rio, levando em consideração os artigos do código de ética médica acima mencionados.

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Manifesto do Hospital Cardoso Fontes

Todos precisam tomar conhecimento e apoiar os profissionais de saúde do Hospital Cardoso Fontes na greve a iniciar dia 24/10/2011. A população precisar tomar conhecimento do descaso com que somos tratados, médicos e pacientes, e sendo os grandes prejudicados devem exigir seus direitos constitucionais - Saúde é um dirito de todos e um dever do Estado! Os médicos têm obrigação ética e moral de divulgar, discutir e fazer soar aos quatro ventos o manifesto redigido pelos profissionais de saúdo do referido hospital.
A greve é apenas e tão somente por melhores condições de trabalho, relatam no manifesto:
-que foram fechadas a Unidade Intermediária Cirurgica, a Clínica, Unidade Coronariana, Enfermarias de Cardiologia, Emergência Pediátrica, Ambulatórios de Pediatria, Pneumologia, Endocrinologia, Nefrologia, Gastroenterologia e Ginecologia,
-que o Recurso Humano é insuficiente no setor de Anatomia Patológica, e se indignam com isso dizendo – “perversa repercussão que esta carência significa pppara o diagnóstico e tratamento dos pacientes oncológicos”
-Carência de recursos humanos nas áreas cirúrgicas, clínicas e assistências gerais
-Redução do número de Anestesiologistas (trabalham com 20% a menos da necessidade geral)
-As cirurgias eletivas são suspensas e as de emergência na eminência dê, devido a falta de anestesiologistas
-Grave comprometimento assistencial do Serviço de Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais, referência Estadual,
-Estas deficiências inviabilizam a Residência Médica, que se encontra sob intervenção da Comissão Estadual de Residência Médica, ameaçada de extinção,
-A Emergância está funcionando precariamente, em desacordo com todas as normas técnicas,
-“A Direção e o Corpo Clínico há mais de 2 anos vem recorrendo aos canais pertinentes, sem que haja qualquer solução”.

Como vêem a situação é grave. Considerando ainda que o hospital é referência na região e por ser um Hospital Federal, deve ser colocado como de alta complexidade, e não está atendendo nem as necessidades básicas, torna a situação insustentável. Precisamos de providências urgentes!!!



Obs.: o manifesto na integra pode ser lido em:
http://odia.ig.com.br/portal/cienciaesaude/html/2011/10/crise_nas_unidades_federais_200519.html

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Homenagem ao dia do médico

Acreditamos que todas as profissões desejam um mundo melhor e fazem do mundo um lugar melhor, mas a nossa é a representação diária desse desejo.
Porque ser médico é literalmente tornar a vida do outro melhor. É poder prover uma família porque seu pai vai continuar vivo e dar a luz junto com uma mãe, é proporcionar a realização de se ter um filho, é dar ao mundo, diariamente, o que o Credicard não paga - a vida. Certamente há aqueles que estão pensando - é, mas muitas vezes, as pessoas morrem porque não conseguem pagar um bom hospital ou um bom atendimento, da mesma forma há os que com tanto dinheiro não são capazes de impedir o que existe de mais sem preconceito no mundo – a doença. Para todos cabe a nós continuarmos fazendo o que sabemos fazer de melhor e acreditamos ser o real sentido de se ser médico – amenizar o sofrimento alheio. Seja através da cura, do paliativo, ou de uma simples palavra. Para isso, passamos nossas noites em claro, abdicamos de festas, feriados, dias santos.
Infelizmente nem sempre somos vencedores, também sofremos perdas, e muitos pensam em desistir, para esses tudo que temos a dizer, é que somos médicos, lutamos e desejamos a vida acima de tudo, mas não somo o próprio milagre da vida. Persistam mesmos diante das falhas, persistam por todas às vezes que vencemos e porque se desistirmos quantos mais perderemos!!!
Ser médico é poder viver com a maior de todas as alegrias e lidar com o maior de todos os desejos – a vida!!!
Por isso parabéns a todos os médicos, pela Partipação Médica por um mundo melhor!!!!

domingo, 25 de setembro de 2011

'Fila da Angustia" - A enorme fila de pacientes do SUS que aguarda atendimento!!

"Decididamente, algo está errado. Será que estamos preparando nossos jovens médicos para enfrentar os problemas do seu país? Qual a parte das nossas associações neste processo? Qual a nossa parte? (...)
Esquecemos da parte humanista na formação dos médicos? Que tipos de médico o Brasil precisa? Será que não estamos formando médicos a serviço das indústrias farmacêuticas e da tecnologia de ponta em detrimento da grande massa de necessitados que contribuem com seu sangue e suor, em jornadas intermináveis? Será que é justamente este modelo que também nos escraviza como profissionais e nos afasta cada vez mais dos nossos pacientes? Este modelo cruel e injusto de exploração do trabalho médico não seria patrocinado pelos próprios médicos, que comandam corporações, convênios e todo o tipo de mercado de trabalho? Teríamos perdido a capacidade de reagir? Aceitamos este estado de coisas esperando que alguém vá resolver, quando sabemos que a solução está em nossas mãos? Não estaria mais do que na hora da nossa geração dar uma resposta contundente a tudo isto?"
(Dr. Marcos Nemetz - Blumenau - SC)

Sim. Está na hora. E o caminho é a participação - a Participação Médica.

domingo, 14 de agosto de 2011

O lado da história contado pelos médicos

Os pcts precisam saber, ouvir, ler, milhares de vezes que nossas preocupações são:

-com eles,
-com a relação médico-paciente,
-com a saúde da população

E é justo sermos bem remunerados e reconhecidos pelo nosso trabalho.
O governo e os planos de saúde se aproveitam de nossa omissão, falam o que querem de nós médicos, e nós não colocamos à população o lado da história:

O governo e os planos de saúde nos colocam como vilões, os pacientes como vítima e eles como defensores desses pacientes.
Assim o geverno se exime de sua responsabilidade, sucateando a saúde pública e os planos enriquecem as nossas custas e as custas dos pacientes.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Entrevista do Dr. David Azulay no site da Participação.

Sobre a relação médico–paciente atual, ele diz que a falta de uma anamnese bem feita e a possibilidade de exames de alta tecnologia “retira do médico a possibilidade de ver uma pessoa fragilizada por uma doença e o fez enxergar apenas uma doença numa pessoa. Melhores médicos serão aqueles que melhor ouvir a queixa dos seus pacientes”
Cita ainda:“casos mais complicados tanto do ponto de vista diagnóstico quanto evolutivo, na maioria das vezes, estão associados a graves conflitos pessoais, familares ou sociais”, mostrando a importância de se ver o paciente e não apenas a doença.
Em relação ao número excessivo de faculdades de medicina opina que não é o número excessivo de profissionais o problema e sim a qualificação desses profissionais, que vem sofrendo devido a falta de uma fiscalização adequada dessas formações.
“ O excesso de médicos ...leva a uma desvalorização da profissão ... lei da oferta e procura"
Termina falando sobre o papel da Associação Participação Médica:
“É salutar ver um movimento independente que tenta resgatar uma medicina mais justa, menos engessada aos parâmetros que regulam as relações profissionais entre médicos e planos de saúde assim como serviço público.”
“O que eu mais aprecio neste movimento é a intenção de se rebelar e ir contra o status quo vigente, em que as entidades de classe, como Conselhos Regionais de Medicina e talvez Federal assim como sindicatos que deveriam ser absolutamente INDEPENDENTES, tem em seus quadros, gestores públicos ou privados, assim como membros de diretorias de planos de saúde. Ou seja: o fiscalizador é o próprio fiscalizado. Isso é legal? Pode ser, mas é completamente antiético. Sem ética não é possível a construção de uma sociedade sólida, responsável e respaldada por toda a classe Médica, como queremos que seja.”

Veja a entrevista na integra em nosso site: www.participacaomedica.com.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

COMENTANDO O NOVO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

No capítulo I (Princípios Fundamentais) do Novo Código de Ética Médica temos dois artigos sobre os quais gostaria de discorrer. São eles:
IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio.
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa.
Um dos pontos fundamentais das discussões que levaram ao novo CEM foi a questão que envolve Comércio e Medicina. Vemos atualmente uma atividade nobre como a Medicina ter colocado em segundo plano seus princípios e suas missões em favor de ganhos, boa parte das vezes daqueles que deveriam servi-la, mas que dela se servem.

A visão eminentemente comercial dos planos de saúde, dos fornecedores de materiais e medicamentos se espraia para atividades da própria Medicina como as redes de hospitais e de exames complementares. Os planos, arvorando-se em donos dos pacientes interferem com freqüência crescente nas condutas dos profissionais médicos. Os fornecedores criam conflitos oferecendo aos médicos comissões em função da utilização de seus produtos. E as entidades médicas assistenciais de várias espécies têm, cada vez mais, privilegiado a visão financeira em detrimento da visão médica e seus componentes social e humanístico.

Cabe a todos nós, interessados em preservar os princípios médicos, elevar nossas vozes para a constante conscientização de todos. E não só de médicos, pacientes e agregados, mas também de todos aqueles que lidam com a Medicina em suas atribuições: jornalistas, juízes e advogados, financistas e administradores. Devemos lembrar sempre que é o paciente a razão de ser de todas essas atividades, a ele devem se dirigir os nossos esforços e é para com ele nosso compromisso prioritário.

E cabe também ao médico jamais renunciar a sua dignidade aceitando que terceiros sem qualquer responsabilidade no ato médico explorem seu trabalho de maneira não condizente com a moral médica.

sábado, 25 de junho de 2011

Inserção Profissional

Coisas estão a acontecer: o presidente do Conselho Federal de Medicina pretende alforriar os médicos com uma Resolução que desvincularia as consultas médicas dos convênios; a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) ameaça as Operadoras de Saúde pelos retardos nos atendimentos prestados por seus credenciados.



Mas, as preocupações da Participação Médica voltam-se, no momento, para questão mais concreta e instigante: os problemas enfrentados pelos jovens médicos no início de sua atividade profissional. Pouca gente tem se aventurado a discutir esse assunto. Pois nós, vamos fazê-lo na nossa próxima reunião, na quarta-feira, dia 29, às 20:00h, na Rua General Garzon, 22 (auditório) no Jardim Botânico. E, na discussão, vamos contar com a colaboração de uma Consultora em orientação profissional.



Até lá!

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Motivos da bondade do governo com os planos

Doações de planos de saúde a campanhas eleitorais cresceram 760% em relação a 2002
Em 2010, empresas deram cerca de R$ 12 milhões para 157 candidatos, aponta pesquisa

Do R7.Texto: ..
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...De acordo com levantamento realizado pela Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo) e UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), o financiamento de empresas de plano de saúde para as campanhas de candidatos vêm crescendo a cada eleição. De 2006 a 2010, as doações oficiais, registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), cresceram 39,5%. Em relação a 2002, o aumento foi de 760,8% e o número de empresas doadoras saltou de 15 para 49. As informações são da Agência USP.

Nas eleições de 2010, as empresas de planos de saúde destinaram cerca de R$ 12 milhões para as campanhas de 157 candidatos a cargos eletivos, 75 deles eleitos. Segundo o estudo, em 2009, o setor de saúde suplementar teve um faturamento de R$ 64,2 bilhões.

A pesquisa analisou 1.061 empresas de planos de saúde em atividade no Brasil, registradas na ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) em 2010, e as doações oficialmente registradas nas prestações de contas de candidatos e partidos.

Interesses

Segundo Mário Scheffer, pesquisador responsável pelo levantamento, “esse aumento do montante de doações oficiais reflete um possível interesse em se ter uma bancada no Legislativo e cargos no Executivo”.

- Com uma bancada no Legislativo é possível impedir uma legislação que desfavoreça os planos de saúde, como o aumento da cobertura para pacientes, o limite no reajuste dos preços das mensalidades e exigências mais rígidas em relação ao atendimento.

Em relação às doações para campanhas para o Executivo, o pesquisador lembra que cargos estratégicos podem ser concedidos a representantes dessas empresas e mudanças em legislações estaduais podem favorecem a atuação do setor.

Um exemplo é a recente lei do Estado de São Paulo, que reserva até 25% de seus leitos para as empresas de planos de saúde em hospitais públicos do SUS (Sistema Único de Saúde).

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...O pesquisador afirma que “ainda que legítimo, este lobby não é transparente e exclui interesses públicos”.

- Por isso é importante monitorar as doações e os mandatos dos eleitos para que não prevaleçam interesses particulares no setor da saúde.

Em 2010, os planos de saúde contribuíram com as campanhas presidenciais. Ao todo, 38 deputados federais, 26 deputados estaduais, cinco senadores e cinco governadores contaram com os recursos para se elegerem.

http://noticias.r7.com/brasil/noticias/doacoes-de-planos-de-saude-cresceram-760-em-relacao-a-2002-20110317.html

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Ministério proíbe médicos de usarem CBHPM para negociar com planos de saúde

O Ministério da Justiça, a partir de hoje (9), determinou que os médicos estão impossibilitados de usar a CBHPM, que define valores mínimos para cobrança de procedimentos e consultas. Atualmente adotada para a negociação com planos de saúde. A Secretaria de Direito Econômico do ministério, diz que ela fere o princípio da ampla concorrência e tem comprometido o direito do consumidor que contrata o plano de saúde.

A medida preventiva foi motivada por movimentos recentes de paralisações nacionais e descredenciamentos em massa organizados por entidades médicas para forçar o reajuste dos valores pagos aos médicos pelos planos. A Associação Médica Brasileira (AMB), o Conselho Federal de Medicina (CFM) e a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) foram notificados e têm até cinco dias úteis para recorrer.

“Nessa configuração do mercado que se percebeu nos últimos anos, e essa intensificação da ação no ultimo mês, percebe-se que o principal lesado nessa história toda é o consumidor”, afirmou o secretário de Direito Econômico Vinícius de Carvalho.

Segundo o secretário, o Cade já recomendou 60 condenações a entidades médicas por uso de tabelas mínimas de preços.

Outra prática proibida pelo ministério a partir de hoje é a cobrança adicional do médico ao paciente atendido por meio de convênio. O procedimento estava sendo adotado por profissionais de pelo menos três estados (Distrito Federal, Espírito Santo e Pernambuco) com autorização dos conselhos regionais de medicina.

A Secretaria de Direito Econômico também instaurou processo para averiguar denúncias contra os planos Amil, Assefaz e Golden Cross por violação aos direitos do consumidor. Segundo Carvalho, há informação de que a rede credenciada dessas operadoras teria sido reduzida e seus conveniados estariam pagando aos médicos valores suplementares pela consulta. Os planos de saúde terão que prestar informações ao ministério.

“Quando um consumidor contrata um plano, ele contrata um pacote de médicos, hospitais e laboratórios. Se, de repente, um plano tinha dez obstetras credenciados e de uma hora para outra sobram um ou dois, a gente vê um potencial claro de lesão ao direito do consumidor brasileiro”, afirma ainda o secretário, ele reconhece que a qualidade do serviço médico prestado pode vir a cair em função das medidas.

“Não é isso que nós queremos. Mas o outro extremo também não podemos deixar, que é de estabelecer um preço nacional de uma consulta médica que todos os planos de saúde tenham que pagar. Isso também pode ter efeito nos valores cobrados pelos planos de saúde ao consumidor”.


Para os que não leram, por favor se informem urgente, aonde vamos parar?!?!?

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Entrevista com Dr. Fabio Guimarães de Miranda

O Hospital dos Servidores do Estado tem um novo diretor: Dr. Fabio Guimarães de Miranda.
Presidente da Comissão de Ética Profissional, o clínico e intensivista atua no HSE há 28 anos e responde ao site Participação Médica, questões sobre suas expectativas à frente do Hospital e sobre seu engajamento ao Movimento Participação Médica.
Participação Médica – Quais são as principais metas da sua gestão?
Dr. Fabio Miranda - Em primeiro lugar, há a necessidade de alinharmos o hospital com a política de saúde pública do Ministério da Saúde, ou seja, de nos integrarmos efetivamente ao SUS. Até hoje, alguns pensam que a nossa autonomia administrativa nos permite atuar de forma totalmente independente dos demais hospitais da rede pública.
Outro ponto de suma importância é a modernização da forma de se administrar a unidade. Nos dias atuais, não se admite um hospital de grande porte sem utilizar ferramentas de controle de estoque de material de consumo e de medicamentos ou sem prescrição médica informatizada, que se comunique diretamente com a farmácia e o almoxarifado, por exemplo.
Os contratos com empresas prestadoras de serviços precisam de maior fiscalização para que a infraestrutura da unidade proporcione as condições necessárias aos médicos e enfermeiros praticarem a medicina mais atual e humanizada. Um exemplo importante é a manutenção da limpeza rigorosa dos ambientes.
Na outra ponta, a mais importante, para que o atendimento aos pacientes seja realizado com a dignidade merecida, é necessário o treinamento intensivo e contínuo de toda a equipe profissional, objetivando o bem estar físico e emocional dos nossos principais clientes, os pacientes.
Outra meta é a maior integração entre os diversos Serviços do Hospital que precisam funcionar de uma maneira mais integrada, conversando entre si e atuando em conjunto para tentarem resolver seus problemas e os dos pacientes com mais facilidade e presteza. Para isso, a Direção promoverá reuniões com Serviços isolados e/ou agrupados, para pactuarmos metas a serem atingidas em prazos pré-determinados.
Participação Médica – O sr. está a frente do Centro de Tratamento Intensivo do HSE há cinco anos, comandando uma equipe de 28 médicos. O que, de aprendizado destes cinco anos será aplicado nesta nova gestão?
Dr. Fabio Miranda - Antes de liderar o nosso CTI, do qual faço parte há exatos 28 anos, tive a oportunidade de organizar, ampliar e comandar outro CTI na rede privada por dez anos. São, portanto, quinze anos coordenando unidades de terapia intensiva.
O CTI tem aspectos semelhantes ao de um hospital. Este é um dos motivos de alguns dos melhores gestores hospitalares serem provenientes de unidades intensivas. Temos que aprender a lidar com índices administrativos e assistenciais, aprender a nos relacionarmos com os setores de apoio e administrativos do hospital, e, sobretudo, somos especializados em administrar crises, pois podemos entender o paciente grave como um sistema em crise, ocorrendo complicações constantes e, por vezes, verdadeiras catástrofes inesperadas.
Sem dúvida, aprender a liderar pessoas com os mais diferentes tipos de personalidades é a tarefa mais desafiadora de um gestor da área médica.
A terapia intensiva é uma área médica onde se tenta implantar protocolos de conduta diagnóstica e terapêutica, sempre baseados em metas, tentando-se monitorizar todos os eventos para que as correções do curso possam ser efetuadas antes que estragos maiores ocorram. Mas, assim como na ciência médica, na área administrativa há que se entender que os protocolos existem para auxiliar nas decisões, nunca para substituírem a capacidade de decisão, principalmente se ela está sendo realizada por pessoas capacitadas, experientes e bem intencionadas, com a atenção voltada para o benefício do paciente.
Participação Médica – Quais as dificuldades em assumir um papel de gestor?
Dr. Fabio Miranda - A principal, para mim, é compatibilizar com a minha atividade médica, com o tempo que dedico aos meus pacientes.
Acho que já tenho experiência em lidar com os pacientes, seus familiares, e com os outros profissionais da saúde. Resta saber se terei êxito com os demais personagens do cenário, como as empresas prestadoras de serviços, os fornecedores de materiais e medicamentos e os gestores maiores do setor público.
Participação Médica – O sr. etá há 28 anos no HSE, por que só agora assumir o cargo de Diretor?
Dr. Fabio Miranda - Sempre me preocupei com as questões relacionadas à saúde de uma forma geral. Sofri influência de meu pai, um médico que sempre batalhou pela melhoria da saúde pública, com um perfil bastante politizado e crítico às políticas de saúde menos abrangentes.
Algumas vezes escrevi artigos, alguns publicados na imprensa leiga, manifestando minha preocupação com aspectos éticos e administrativos da medicina.
Acho que eu não tinha o direito de me eximir deste grande desafio quando o convite surgiu.
Participação Médica – Apesar de serem taxados como maus serviços de forma generalizada, existem serviços públicos que conseguiram, de alguma forma, se destacar. Na sua opinião, porque alguns hospitais públicos são ditos como ruins e como mudar esse perfil?
Dr. Fabio Miranda - Recentemente, uma pesquisa divulgada na mídia revelou que a imensa maioria das pessoas estava muito satisfeita com o serviço oferecido pela rede pública. Resta saber o grau de esclarecimento destas pessoas sobre o tipo de atendimento a que têm direito, pois não podem haver graus distintos de atendimento médico, ou seja, o tratamento do rico deve ter o mesmo grau de sofisticação científica e humanização daquele disponibilizado aos mais carentes. Acho admissível a diferenciação no requinte do supérfluo, como o acabamento das instalações prediais, por exemplo, mas nunca a inexistência de exames e procedimentos dispendiosos nas unidades públicas.
Um hospital pode ser visto como uma empresa prestadora de serviços e o principal capital de empresas deste tipo é o capital humano. Assim, para um hospital ser classificado como bom, ele deve obrigatoriamente contar com um quadro de profissionais de bom nível técnico e que trabalhe com motivação.
Em geral, os médicos, enfermeiros e demais profissionais dos hospitais públicos são capacitados tecnicamente, pois existe uma seleção composta por concurso público e análise curricular. Entretanto, se a estrutura hospitalar não oferecer as condições básicas para que estes profissionais exerçam o seu trabalho com dignidade ou se não houver o reconhecimento de seu trabalho, incluindo uma remuneração justa, alguns profissionais passam a exercer sua profissão de forma menos dedicada, destinando ao hospital, inevitavelmente, a má avaliação por parte do usuário.
Resumindo, não basta oferecer melhores salários. Há que se proporcionar boas condições de trabalho, e isso significa oferecer uma gestão correta, eficiente e justa à unidade hospitalar.
Participação Médica – Como Presidente da Comissão de Ética Profissional da Associação de Medicina Intensiva Brasileira, como pretende trabalhar a questão da ética no HSE?
Dr. Fabio Miranda - Qualquer atividade humana deve ser baseada na ética, principalmente naquela em que se lida com o ser humano no momento de sua maior fragilidade emocional.
Isso inclui não só o relacionamento com os pacientes, mas também a relação honesta com os recursos financeiros, que são unicamente destinados aos pacientes.
Participação Médica – Porque o sr. se engajou ao Movimento Participação Médica?
Dr. Fabio Miranda - Porque lá encontrei colegas que pensam de forma semelhante, que se mostram indignados com a forma injusta e, muitas vezes, cruel e criminosa com que a medicina é tratada.
Porque acredito na possibilidade de mudanças radicais no mundo, desde que imaginadas e desejadas.
Nas reuniões da Participação Médica, existe eco para os aforismos hipocráticos. Os participantes discutem formas de atuação para resgatar a dignidade no exercício da mais nobre das profissões.

domingo, 24 de abril de 2011

A saúde dos médicos e da medicina brasileira

QUANDO A SOCIEDADE ACORDAR PARA O FATO DE QUE O PACIENTE É DE FATO O QUE MAIS IMPORTA(POIS PRECISA DE CUIDADOS),VAI ACABAR O ESPAÇO PARA CONSULTAS DE CORREDOR(TIPO CARA-CRACHÁ).OS CONVÊNIOS SÓ VISAM O LUCRO...O GOVERNO NÃO INVESTE O NECESSÁRIO...OS MÉDICOS FICAM INSATISFEITOS...E OS PACIENTES DESASSISTIDOS.AFINAL PARA QUEM ESSE MODELO DE SAÚDE SERVE?OU À QUEM ELE SERVE?
OS PACIENTES,ENQUANTO PESSOAS, TAMBÉM TÊM QUE REVEREM SEUS VALORES!QUANTO VALE O INVESTIMENTO EM SAÚDE...QUANTO É IMPORTANTE LEVAR UMA VIDA SAUDÁVEL...HOJE SE GASTA MAIS COM A CASCA( OU COURAÇA) DO QUE COM O CONTEÚDO!EU POSSO TER O RETORNO MÉDICO APÓS UMA CONSULTA,MAS NÃO POSSO TER RETOQUE NO CABELO OU EM UMA UNHA FEITA COM A MANICURE...COMO FICA ISSO?
O MÉDICO HOJE SOFRE TANTO, E NEM SE DÁ CONTA POIS NÃO TEM TEMPO PARA ISSO.QUE PROFISSIONAIS TRABALHAM 60H SEMANAIS E,MUITAS VEZES SEM FINAIS DE SEMANA?
SABIAM QUE OS MÉDICOS SE DIVORCIAM EM MÉDIA 7 VEZES MAIS QUE A POPULAÇÃO EM GERAL?COM UMA VIDA AFETIVA MITIGANDO...A FINANCEIRA COLAPSANDO...CICLO SOCIAL EMPOBRECIDO...ELE ENTRA EM SOFRIMENTO MENTAL...O QUE POR VEZES GERA HOJE UM GRAVE PROBLEMA(TEMA DE MINHA TESE DE MESTRADO): O SUICÍDIO DOS MÉDICOS, QUE É 250-400% MAIOR QUE NA POPULAÇÃO GERAL.
ESTAMOS PONDO EM RISCO NOSSA SAÚDE DIARIAMENTE E NÃO VAMOS FAZER NADA?AGONIZAR ATÉ QUANDO?

Leonardo S. Luz


Leonardo é Psiquiatra em São Paulo e mais que um médico, ele é um especialista preocupado com a saúde social, financeira, física e mental do médico, portanto espero que este texto ecoe por todo o país e sirva para que possamos nos unir e participar ativamente da retomada da medicina digna e de qualidade para todos (médicos e pacientes).

domingo, 17 de abril de 2011

SUS

Prezado(a) colega:
A nossa justa preocupação com os planos de saúde nos afasta, às vezes,
de uma questão crucial – um sistema público de saúde eficiente como
resposta aos anseios tanto da população como dos médicos. Pois, na
verdade, é a ineficiência do SUS que transforma médicos e clientes em
reféns dos planos de saúde.
O Secretário Nacional de Atenção à Saúde, Dr. Helvécio Miranda
Magalhães Júnior, falou recentemente ao Globo Repórter sobre os
projetos do Ministério da Saúde para o SUS. Uma das novidades foi a
importância dada aos recursos humanos, particularmente aos médicos.
Disse, por exemplo:
- “Temos que ter mais médicos disponíveis ao sistema (,,,),
fundamentalmente, satisfeitos e vendo sentido no que fazem”
- f“Proponho um grande pacto nacional com a própria categoria médica,
em defesa do SUS e por uma nova Atenção Primária à Saúde”


E prometeu estudar um projeto de carreira única do SUS, “na
modalidade, por exemplo, do Judiciário”.


Veja o vídeo da entrevista em
http://g1.globo.com/videos/globo-reporter/v/tratar-mal-as-pessoas-e-i...
e dê a sua opinião.


Um abraço,


Marcio Meirelles

quarta-feira, 30 de março de 2011

Paralização do dia 07 de abril de 2011

Prezado(a) colega:


Dia 7 de abril, quinta-feira: vamos participar da Paralisação Nacional do atendimento aos planos de saúde.

O reajuste dos honorários é uma reivindicação justa e recorrente. Desta vez, no entanto, há algo diferente: as entidades nacionais estão unidas, o esforço de mobilização é maior e - o mais importante - a atitude dos médicos mudou. Mais conscientes e participativos, já perceberam que a exploração do trabalho médico está na base do sistema de convênios e que é necessária uma reformulação geral do sistema. Os oftalmologistas, em manifesto, pedem a diferenciação do preço das consultas, os médicos do Paraná, apoiados pela Associação Médica do estado, reivindicam a desvinculação geral dos honorários e outros médicos, individualmente ou em grupos, vencem a insegurança, descredenciam-se dos planos e libertam-se de vez do sistema.

A Participação Médica apóia firmemente o Dia da Paralisação e confia em que o 7 de abril possa vir a ser um marco importante para o resgate da dignidade do médico e para a sua definitiva libertação.

terça-feira, 29 de março de 2011

SUS é assunto que merece destaque

Leitores por favor leiam editorial do Globo de hoje, 29/03, pág.6
-"Quadro de grave descontrole no SUS"
e, também, a matéria de Roberto Maitchik, no mesmo jornal, pág. 3
- "Fora de Controle".

sábado, 12 de março de 2011

Paralisação nascional e Próxima reunião

Prezado(a) colega:

No próximo dia 07 de abril, dia mundial da saúde, médicos de todo o Brasil que prestam serviços para operadoras de saúde deverão paralisar suas atividades durante um dia. Esse “Dia Nacional de Paralisação”, que visa a “melhorar as condições de relacionamento entre os planos de saúde e os médicos”, foi aprovado  pelas três entidades médicas nacionais - Conselho Federal de Medicina (CFM), Associação Médica Brasileira (AMB) e Federação Nacional dos Médicos (FENAM).

Experiências anteriores não favorecem a expectativa de grandes resultados dessa iniciativa. Entretanto, ela pode vir a representar um passo a mais na luta pela libertação da medicina brasileira do domínio deletério e injustificável dos planos de saúde. Merece, portanto, o apoio da Participação Médica.

Enquanto isso, em Ivaiporã, no Paraná, os 40 médicos do município se descredenciaram, simultaneamente, de todos os convênios. Como afirma o presidente da Associação Médica do estado, Dr. José Fernando Macedo, “Esta é uma reação de retomada da medicina como profissão liberal. É ainda a retomada da relação médico/ paciente, na qual este tem o direito e a liberdade  de escolher o seu médico de confiança e estima”. Leia mais sobre o assunto e assista o vídeo com a entrevista do Dr. Macedo no nosso site – www.participacaomedica.com.br



Próxima reunião:

 Quarta-feira, dia 23 de março, às 20:00h, 

                            na sede (Rua Conde de Irajá, 148 – Botafogo).


Tema:

                                  Avaliação de metas




                             www.participacaomedica.com.br

segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Sobre nós – A Participação Médica:

O Movimento Participação Médica, fundado em 2007, surgiu do anseio de alguns médicos insatisfeitos e preocupados com questões que interferem diretamente no dia a dia da nossa profissão, e que afetam de maneira objetiva alguns dos preceitos básicos da medicina: a ética, a dignidade humana e a sagrada preservação da relação médico-paciente.

Caso você também seja um destes, encontre aqui um ambiente de discussão para expor suas idéias de maneira a nos ajudar a encontrar saídas para nossa lamentável situação. Apenas nossa união, em defesa tão somente de condições de trabalho mais dignas, de uma medicina de maior qualidade e acessível a todos, e de menos interferência dos demais setores da sociedade, é capaz de reverter este lamentável cenário.

Unidos seremos fortes e ganharemos representatividade, contribuindo para o retorno da autonomia das entidades que nos representam, livrando-as das danosas interferências políticas e dos interesses econômicos de poucos.

Nossos ideais:

*Estabelecer um novo cenário para a saúde no Brasil

*Proporcionar aos brasileiros maior acesso à saúde

*Contribuir para o aumento da qualidade da medicina pública e privada

*Contribuir para melhores condições de trabalho para os médicos

*Contribuir para a revisão da grade curricular nas faculdades de medicina

*Contribuir para a maior capacitação profissional do médico