Sobre a relação médico–paciente atual, ele diz que a falta de uma anamnese bem feita e a possibilidade de exames de alta tecnologia “retira do médico a possibilidade de ver uma pessoa fragilizada por uma doença e o fez enxergar apenas uma doença numa pessoa. Melhores médicos serão aqueles que melhor ouvir a queixa dos seus pacientes”
Cita ainda:“casos mais complicados tanto do ponto de vista diagnóstico quanto evolutivo, na maioria das vezes, estão associados a graves conflitos pessoais, familares ou sociais”, mostrando a importância de se ver o paciente e não apenas a doença.
Em relação ao número excessivo de faculdades de medicina opina que não é o número excessivo de profissionais o problema e sim a qualificação desses profissionais, que vem sofrendo devido a falta de uma fiscalização adequada dessas formações.
“ O excesso de médicos ...leva a uma desvalorização da profissão ... lei da oferta e procura"
Termina falando sobre o papel da Associação Participação Médica:
“É salutar ver um movimento independente que tenta resgatar uma medicina mais justa, menos engessada aos parâmetros que regulam as relações profissionais entre médicos e planos de saúde assim como serviço público.”
“O que eu mais aprecio neste movimento é a intenção de se rebelar e ir contra o status quo vigente, em que as entidades de classe, como Conselhos Regionais de Medicina e talvez Federal assim como sindicatos que deveriam ser absolutamente INDEPENDENTES, tem em seus quadros, gestores públicos ou privados, assim como membros de diretorias de planos de saúde. Ou seja: o fiscalizador é o próprio fiscalizado. Isso é legal? Pode ser, mas é completamente antiético. Sem ética não é possível a construção de uma sociedade sólida, responsável e respaldada por toda a classe Médica, como queremos que seja.”
Veja a entrevista na integra em nosso site: www.participacaomedica.com.br
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