domingo, 14 de agosto de 2011

O lado da história contado pelos médicos

Os pcts precisam saber, ouvir, ler, milhares de vezes que nossas preocupações são:

-com eles,
-com a relação médico-paciente,
-com a saúde da população

E é justo sermos bem remunerados e reconhecidos pelo nosso trabalho.
O governo e os planos de saúde se aproveitam de nossa omissão, falam o que querem de nós médicos, e nós não colocamos à população o lado da história:

O governo e os planos de saúde nos colocam como vilões, os pacientes como vítima e eles como defensores desses pacientes.
Assim o geverno se exime de sua responsabilidade, sucateando a saúde pública e os planos enriquecem as nossas custas e as custas dos pacientes.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Entrevista do Dr. David Azulay no site da Participação.

Sobre a relação médico–paciente atual, ele diz que a falta de uma anamnese bem feita e a possibilidade de exames de alta tecnologia “retira do médico a possibilidade de ver uma pessoa fragilizada por uma doença e o fez enxergar apenas uma doença numa pessoa. Melhores médicos serão aqueles que melhor ouvir a queixa dos seus pacientes”
Cita ainda:“casos mais complicados tanto do ponto de vista diagnóstico quanto evolutivo, na maioria das vezes, estão associados a graves conflitos pessoais, familares ou sociais”, mostrando a importância de se ver o paciente e não apenas a doença.
Em relação ao número excessivo de faculdades de medicina opina que não é o número excessivo de profissionais o problema e sim a qualificação desses profissionais, que vem sofrendo devido a falta de uma fiscalização adequada dessas formações.
“ O excesso de médicos ...leva a uma desvalorização da profissão ... lei da oferta e procura"
Termina falando sobre o papel da Associação Participação Médica:
“É salutar ver um movimento independente que tenta resgatar uma medicina mais justa, menos engessada aos parâmetros que regulam as relações profissionais entre médicos e planos de saúde assim como serviço público.”
“O que eu mais aprecio neste movimento é a intenção de se rebelar e ir contra o status quo vigente, em que as entidades de classe, como Conselhos Regionais de Medicina e talvez Federal assim como sindicatos que deveriam ser absolutamente INDEPENDENTES, tem em seus quadros, gestores públicos ou privados, assim como membros de diretorias de planos de saúde. Ou seja: o fiscalizador é o próprio fiscalizado. Isso é legal? Pode ser, mas é completamente antiético. Sem ética não é possível a construção de uma sociedade sólida, responsável e respaldada por toda a classe Médica, como queremos que seja.”

Veja a entrevista na integra em nosso site: www.participacaomedica.com.br

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

COMENTANDO O NOVO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

No capítulo I (Princípios Fundamentais) do Novo Código de Ética Médica temos dois artigos sobre os quais gostaria de discorrer. São eles:
IX - A Medicina não pode, em nenhuma circunstância ou forma, ser exercida como comércio.
X - O trabalho do médico não pode ser explorado por terceiros com objetivos de lucro, finalidade política ou religiosa.
Um dos pontos fundamentais das discussões que levaram ao novo CEM foi a questão que envolve Comércio e Medicina. Vemos atualmente uma atividade nobre como a Medicina ter colocado em segundo plano seus princípios e suas missões em favor de ganhos, boa parte das vezes daqueles que deveriam servi-la, mas que dela se servem.

A visão eminentemente comercial dos planos de saúde, dos fornecedores de materiais e medicamentos se espraia para atividades da própria Medicina como as redes de hospitais e de exames complementares. Os planos, arvorando-se em donos dos pacientes interferem com freqüência crescente nas condutas dos profissionais médicos. Os fornecedores criam conflitos oferecendo aos médicos comissões em função da utilização de seus produtos. E as entidades médicas assistenciais de várias espécies têm, cada vez mais, privilegiado a visão financeira em detrimento da visão médica e seus componentes social e humanístico.

Cabe a todos nós, interessados em preservar os princípios médicos, elevar nossas vozes para a constante conscientização de todos. E não só de médicos, pacientes e agregados, mas também de todos aqueles que lidam com a Medicina em suas atribuições: jornalistas, juízes e advogados, financistas e administradores. Devemos lembrar sempre que é o paciente a razão de ser de todas essas atividades, a ele devem se dirigir os nossos esforços e é para com ele nosso compromisso prioritário.

E cabe também ao médico jamais renunciar a sua dignidade aceitando que terceiros sem qualquer responsabilidade no ato médico explorem seu trabalho de maneira não condizente com a moral médica.